professor molina
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08 maio 2009
  PROFISSÃO MÃE!!!

Uma mulher chamada Ana foi renovar sua carteira de motorista.
Pediram-lhe para informar qual era sua profissão.
Ela hesitou, sem saber como se classificar.
"O que eu pergunto é se tem algum trabalho", insistiu o funcionário.
"Claro que tenho um trabalho" exclamou Ana. "Sou mãe!"
"Nós não consideramos mãe um trabalho. Vou colocar dona de casa", disse o funcionário friamente.
*
Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me encontrei em situação idêntica. A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante.
"Qual é a sua ocupação?"
Não sei o que me fez dizer isto. As palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora: "Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas."
A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar pra o ar, e olhou-me como quem diz que não ouviu bem. Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas. Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.
"Posso perguntar" disse-me ela com novo interesse "o que faz exatamente?"
Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder: "Desenvolvo um programa de longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipe (minha família), e já recebi quatro projetos (todas meninas). Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda?). O grau de exigência é o de nível 14 por dia (para não dizer 24).”
Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária, que acabou de preencher o formulário, se levantou, e pessoalmente abriu-me a porta.

*
Quando cheguei em casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipe: uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Do andar de cima, pude ouvir meu novo experimento - um bebê de seis meses - testando uma nova tonalidade de voz.

*
Senti-me triunfante!
 
07 maio 2009
  OS SEIS CEGOS DO INDOSTAN
TEXTO UTILIZADO EM UM DOS ENCONTROS PRESENCIAIS DO CURSO DE "GESTÃO DE PESSOAS E PROJETOS SOCIAIS" DA UNIFEI/UAB.

Conta-se que seis cegos do Indostan, que após tanto ouvirem falar de elefante, decidiram sair a campo para descobrir o que era realmente o elefante. Partiram em diferentes direções para encontrá-lo e trazer as descobertas.

O primeiro cego, batendo contra a larga e resistente anca do elefante, grita alto: “O meu Deus, o elefante não é nada mais que um grande muro”.

O segundo cego, sentindo a presa lisa e afiada, observa: “O elefante não é mais nada que uma lança”.

O terceiro cego, tocando a tromba do elefante, conclui apressadamente: “Quem não vê que o elefante não é nada mais que uma cobra?”.

O quarto cego, tropeçando com o joelho do elefante, afirma categoricamente: “Não tenho a menor dúvida, o elefante não é nada mais que uma árvore”.

O quinto cego, tocando a orelha do elefante, e como este estivesse abaixado, diz: “Ah, ninguém pode negar que o elefante não é nada mais que um cobertor”.

O sexto cego, agarrado à cauda do elefante, exclama com euforia pela descoberta: “Aqui está ele, o elefante não é nada mais que uma corda”.

Terminada a busca, os seis cegos voltam para, juntos discutirem a respeito dos seus achados e tirarem dúvidas a respeito do elefante. Cada um se apresenta fechado em sua auto-suficiência dogmática; o que vale é somente a sua verdade. Estão mais preocupados em defender seus próprios interesses e pontos de vista. Confraga-se a polêmica, acabam discutindo e se desentendendo ainda mais! Se estivessem abertos, com espírito interativo para ouvir a parcela de verdade do outro, poderiam ter crescido e descoberto uma imagem mais acertado do elefante... Seria o início do diálogo multidisciplinar. Não seria o mais óbvio? Mas não é tão simples quanto parece! Ledo engano acreditar que a realidade se dá a conhecer tão facilmente quanto imaginamos.

Esta história pode nos ensinar muito a respeito da vida, de relacionamentos, colaboração e interdisciplinaridade no contexto da saúde, quer no setor educativo, quer no assistencial. È hora de darmos crédito à ótica e terapêutica multidisciplinar, não por capricho ou modismo, mas por necessidade de honrarmos a verdade. A verdade revê-se dialogal.

O conhecimento, hoje, apresenta-se como um conjunto de especializações, por vezes, desconexas, em que acabamos sabendo sempre mais de cada vez menos, até chegarmos a saber quase tudo de quase nada. É um paradoxo! Esse conhecimento dificilmente se transforma em sabedoria se não honrar a contribuição da perspectiva multidisciplinar. A significação do conhecimento, do trabalho, da vida, enfim, pressupõe a interdependência colaborativa, que honre os valores que cada pessoa tem.

História contada por Léo Pessini na apresentação do livro de:
RAMPAZZO, Lino. Antropologia Religiões e Valores Cristãos. 2ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2000.
 

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